domingo, 22 de fevereiro de 2015

Entrevistas SWCP: Peter Coyote

Peter Coyote é um aclamado ator que participou em mais de 100 filmes e um distinguido escritor, guitarrista e cantor.
SWCP: Por favor, satisfaça a nossa curiosidade.Coyote é o seu nome artístico? Como surgiu?
P.C: Isso foi explicado no meu livro `Sleeping Where I Fall´.Tive uma experiência com o cacto psicadélico, Peyote, onde virei-me para um amigo e disse: "Ei, eu sou uma espécie de lobo pequeno." Passei a noite a correr como um cão através de campos de milho e 'acordei' de madrugada com centenas de pequenas pegadas à minha volta na lama. Não sabia se tinha sido eu que as tinha feito. Cerca de cinco anos mais tarde, eu estava a viver com um xamã índio Shoshone a ajudá-lo a consertar a sua casa e carros e um dia contei-lhe essa história. Ele perguntou-me o que eu iria fazer. Não entendi e disse, "o que que quer dizer?" Ele disse, "o universo abriu a sua mente. Você pode tratá-lo como uma alucinação e continuar a ser um 'homem branco', ou você pode aceitá-lo como um grande presente e tentar descobrir como incorporá-lo e tornar-se um 'ser humano'. Eu pensei sobre isso durante cerca de três meses e em seguida, adoptei o nome como um primeiro passo na compreensão dessa dádiva. 50 Anos mais tarde, apesar de não ser o meu nome de nascimento, tornou-se o meu nome "real". 

SWCP: Quando era estudante no colégio Grinnel,foi um dos organizadores de um grupo de 12 estudantes que se deslocou a Washington durante a crise cubana dos mísseis, para protestar contra os testes nucleares. Ainda é um “Ativista” neste tipo de movimentos? 
P.C: Não gosto da palavra ' ativista. " Em inglês, se você quer cortar alguém do mainstream das pessoas você adiciona um "-ist" após o seu nome: Commun-ist, Social-ist, Art-ist, ist ambiental etc. Isso sugere que a maioria das pessoas não agem sobre as suas crenças e apenas uma pequena facção radical de pessoas faz isso. Prefiro contornar isso e dizer que só hipócritas não agem com as suas crenças e que eu, como a maioria, estou comprometido com a minha vida e sigo-a até onde ela me leva. Ainda estou comprometido ativamente com os problemas do meio ambiente assim como com uma das mais letais ameaças, os problemas nucleares. 

SWCP: A sua voz melada, muitas vezes comparada à do saudoso Henry Fonda, valeu-lhe um Emmy em 1992 pela sua narração em `The Meiji revolution´.Ainda faz este tipo de trabalho, ou em que área artística está actualmente mais ativo? 
P.C: Ainda faço muitas narrações. Temos um grande artista na América chamado Ken Burns, que faz documentários de longa duração. Eu fiz vários para ele: The West, The National Parks, Prohibition, Dust Bowl e os Roosevelts. Na próxima Primavera vamos fazer um com 18 horas sobre a época dos EUA no Vietname. Gosto de fazer voice-overs e estou a fazendo filmes cada vez menos, porque são os papéis que me têm oferecido são desinteressantes. Prefiro não sair da minha casa e então poder fazer voice-overs e ficar por perto. 

SWCP: De entre tantos filmes em que participou, lembra-se de alguma situação engraçada que tenha ocorrido durante essa sua faceta como ator?
P.C: Quando estava a trabalhar no filme `Bitter Moon´realizado pelo Roman Polanski,numa cena de sexo com a sua mulher a Emmanuelle Seigner,eu estava a usar um bikini muito apertado e uma máscara de porco enquanto ela andava à minha volta com uns sapatos bicudos de salto alto; nessa cena ficámos aborrecidos e tirámos os adereços. Estava eu deitado no chão a recuperar o fôlego, quando olho para o lado e vejo o Jack Nicholson sentado ao pé do Roman que estava a filmar. Quando reparei nisso, ele veio apressadamente ter comigo de mão estendida e apertou-me a mão, dizendo com a sua inimitável voz “Complimenti.”Não foi a melhor forma de alguém conhecer assim um grande ator! 
SWCP: Em 1982,interpretou o papel do agente federal Keys no filme `ET,o extraterrestre’. Que recordações tem desse magnífico filme? 

P.C: As rodagens de ET foram uma experiência encantadora. O Steven Spielberg ainda não era um grande nome da 7ª arte nessa altura, por isso havia um ambiente relaxante e informal nos cenários. Todas as crianças andavam pelo estúdio docemente não era tão cínico como a maioria dos cenários dos filmes.E o melhor de tudo, foi quando me dirigi ao Steven e lhe disse que estava preocupado com a cena em que o ET estava sob supervisão médica. Não gostava de ver adultos e a ciência a representarem o mal.O Steve concordou e deixou-me escrever essa cena-uma coisa muito generosa de fazer. A sua argumentista a Melissa Matheson,poliu algumas arestas mas no geral, fui eu quem escreveu essa cena.
SWCP: Que mensagem gostaria de enviar aos seus fãs?
P.C: Gostaria de lhes agradecer pelo seu apoio, mas também de lhes dizer que com esta idade, o negócio do cinema já não é divertido para mim.Os trabalhos que me oferecem são na sua maioria parvos,por isso prefiro escrever os meus livros( tenho dois disponíveis na Amazon) e fiquem perto de casa mais do que na `Vingança dos Zombies VI´(Eu fiz os outros cinco).Espero que eles entendam isso e não se sintam traídos ou abandonados. 

 ENGLISH VERSION:
Peter Coyote is an accomplished actor in more than 100 films and a distinguished writer, songwriter, guitarist and singer.  
SWCP: Please, satisfy our curiosity: `Coyote ´is your artistic name? How it came out?
P.C: This is covered in my book `Sleeping where I fall´. I had an experience on the psychedelic cactus, peyote, where I turned to a friend and said, “Hey, I’m some kind of little wolf.” I spent the evening dog-trotting through the cornfields and ‘woke up’ at dawn with hundreds of little foot-prints around me in the mud. I didn’t know if I had made them or not. About five years later, I was living with a Shoshone Indian Shaman helping him fix his house and cars and one day told him the story. He asked me what I was going to do about it. I didn’t understand and said, “What do you mean?” He said, “The universe opened its mind to you. You can treat it like a hallucination and stay a ‘white man,’ or you could take it as a great gift and try to figure out how to incorporate it and become a ‘human being.’ I thought about it for around three months, and then took the name as the first step in understanding the gift. 50 years later, while it is not my ‘born’ name, it has become my ‘real’ name.
SWCP: As a student at Grinnell College, you were one of the organizers of a group of 12 students who went to Washington during the Cuban missile crisis, protesting the resumption of nuclear testing. Are you still an "activist" in this kind of moves? 

P.C: I don’t like the word ‘activist.” In English, if you want to cut someone off from the mainstream of people you add an “-ist” after their name: Commun-ist, Social-ist, Art-ist, Environmental-ist etc. It suggest that most people do not act on their beliefs and only a small radical sect of people do that. I prefer to turn it around and say that only hypocrites do not act on their beliefs, and that I, like most, am engaged with my life and follow where it leads. I am still actively engaged with environmental issues, and as one of the most lethal and threatening, nuclear issues continue to occupy me.
SWCP: Your mellow voice, often compared to Henry Fonda´s, leaded you to won an Emmy in 1992 for your narration of the `Meiji Revolution´ episode. Still doing this kind of work? In which artistic area are you currently more active?
P.C: I still do many voice-overs. We have a great artist in America named Ken Burns who makes long form documentaries. I have done a good number for him: The West, The National Parks, Prohibition, the Dust Bowl and the Roosevelts. Next Spring we’ll do 18 hours about America during the Vietnam era. I like doing voice-overs and am doing less and less films because the parts I am offered are uninteresting. I’d rather not leave my home, and so can do voice-overs and stay close.
SWCP: Among many films you´ve done, do you remember of any particularly funny situation that has occurred? 

P.C: When I was doing Bitter Moon for Roman Polanski, I was doing a sex scene with his wife, Emmanuelle Seigner. I was wearing a very tiny bikini and a pig mask and she was walking all over me with spiky high-heels. In the scene, we both got bored and sort of dropped it. I was laying on the floor, catching my breath, when I looked over and there was Jack Nicholson standing next to Roman by the camera. When my eye caught his, he came rushing over with his hand extended, shook mine and said, in his inimitable voice, “Complimenti.” Not the way one would prefer to meet a grand actor.
SWCP: In 1982, you played the role of agent Keys on the film `E.T,the extra-terrestrial’. What memories do you keep from this film? 

P.C: E.T. was such an enchanted shoot. Spielberg was not yet Spielberg, so there was a relaxed and informal feeling on the set. All the kids hanging around made it sweet and not nearly as cynical as most film sets. Best of all, I went to Steven at one point and told him that I was worried about the scene where E.T. Is under medical supervision. I did not want adults or science to be representatives of evil. Steven agreed and let me write the scene—a very generous thing to do. Melissa Matheson, his scriptwriter, did a little polish on it, but it is essentially the scene I wrote.
SWCP: What message would you like to send for your fans?
P.C: I would like to thank them for their support, but tell them that at my age the film business is no longer fun. The parts I am offered are often foolish and that I prefer to write my books (I’ve written two, available on Amazon) and stay close to home rather than do Revenge of the Zombies 6 (I did 5). I hope they will understand that, and not feel abandoned or betrayed.




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